As duas companhias que já dominam nove de cada dez vôos no Brasil agora estão brigando pelo mercado internacional. Durante décadas, as ligações entre o Brasil e o exterior foram dominadas pela Varig e, em menor escala, pelas companhias internacionais. Com a crise da Varig, cerca de 70% dos vôos para o exterior foram parar nas mãos de estrangeiros. Agora, TAM e Gol iniciaram uma corrida para tentar ocupar o espaço aéreo internacional.
Ao comprar a Varig no final de março, a Gol levou 26 rotas internacionais, um bom reforço para quem só tem linhas para a América Latina e é conhecido por vôos de baixo custo e não por serviços de classe executiva ou primeira classe para o exterior. Como a Varig só estava usando quatro dessas linhas, a Gol está tentando convencer a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que o direito às outras rotas internacionais não expirou.
A compra da Varig pela Gol deu um choque na TAM. Pouco mais de um mês depois do anúncio do negócio, a TAM já assinou quatro contratos de parceria com companhias internacionais. O último acordo, com a alemã Lufthansa, foi anunciado nesta segunda-feira. "A concorrência faz com que a gente acorde mais cedo, sempre", diz o vice-presidente de Planejamento da TAM, Paulo Castello Branco. "Assim como nós, eles também estão acordando mais cedo". Com as parcerias, a TAM oferece mais alternativas de vôos e conexões aos seus passageiros e atrai clientes das empresas estrangeiras que têm interesse em voar no Brasil. Só com o acordo com a norte-americana United Airlines, a TAM espera um aumento de vendas de US$ 35 milhões.
A TAM continua sendo a principal companhia aérea brasileira a operar para o mercado internacional. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa respondeu por 69,68% do mercado em abril, ante participação de 25,14% registrada em igual mês de 2006.
A Gol também elevou sua fatia para 14,52%, e ficou com a segunda posição. Em março de 2006, a participação da empresa era de 4,41%. A nova Varig aparece em terceiro com 9,26%.
Na seqüência, está a BRA, com 6,29%, ante 3,67% de igual período do ano passado. Ambas reduziram suas participações em relação a março, quando detinham 11,02% e 7,54% cada, respectivamente.
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